domingo, 22 de maio de 2011

A Teoria Da Administração Cientifica


 
Introdução:

A escola clássica é a mais velha em termos de desenvolvimento das escolas e teorias da administração, iniciou-se com a teoria cientifica de Frederick W. Taylor.
A unidade básica da administração cientifica era a função e a construção de uma estrutura formal requerida, estabelecendo primeiro os objetivos e a seguir dividindo o trabalho em unidades menores, que seriam colocadas como um sistema coordenado.

Frederick W. Taylor

Frederick Winslow Taylor (1856-1915) nasceu na Pensilvânia, Estados Unidos, de uma família Quaker, e teve uma educação básica rígida e disciplinada, com conhecimentos clássicos de Frances e de alemão e viagens ocasionais na Europa.
Aos 18 anos, foi aprovado nos exames de Harvard para o curso de Direito, Taylor resolveu iniciar o seu aprendizado como operário, numa pequena metalúrgica da Filadélfia.
Em 1878 mudou-se para Midvale Steel Co., como trabalhador comum, nesta empresa Taylor passou de operário a engenheiro chefe.
Seus doze anos na Midvale (19878-1889) serviram de base para as suas idéias sobre administração de oficinas.
A personalidade de Taylor pode ser examinada sob três aspectos:

1º) como experimentador e pesquisador;
2º) como autor e divulgador dos seus experimentos;
3º) como formador de uma equipe e linha de pensamento.

Taylor revolucionou os processos tradicionais dos métodos de trabalho, por meio da aplicação de “métodos científicos” a muitas empresas norte-americanas.
Muitos dos métodos de Taylor não eram em si originais. A originalidade estava na aplicação destes métodos com a visão do engenheiro, o que ate então era considerado domínio do costume, de tradição, do personalismo e da política.
Além de proporcionar maiores lucros aos patrões e de valorizar o trabalho dos operários, assegurou a todos uma prosperidade mutua, que se refletiu satisfatoriamente na própria riqueza do país.
Taylor estimulou que a produção de cada operário era somente um terço do que poderia ser. A esta restrição de produção, ele denominou de vadiagem sistemática.
A vadiagem sistemática era um problema que vinha de muito tempo, que Taylor justificou do seguinte modo:
  • Os trabalhadores acreditavam que, trabalhando mais depressa, faziam com que um grande número de outros trabalhadores perdesse o emprego;
  • Os sistemas administrativos “defeituosos” da época forçavam os operários a trabalhar mais lentamente, para proteger seus próprios interesses;
  • Os métodos de trabalho empíricos vinham passando de uma geração para outra de trabalhadores (“regra do polegar”).
Ele falhou no retreinamento dos operários, eles se recusavam a seguir suas instruções passou a trinar operários comuns que aprendem resistiam em aumentar a produção.Em 1889, Taylor mudou-se para a Bethlehem Steel Company, onde realizou experiências com maquinas, ferramentas, metais etc.Bertram M. Gross, um estudioso de administração, afirmou que o sistema de Taylor se caracterizava pelos cinco aspectos seguintes: 

1º) analise do trabalho – a busca do melhor processo de executar o trabalhando no menor espaço de tempo possível, e a redução do trabalho a regras e formulas matemáticas, através da analise e experimentação conduzidas com rigor cientifico;
2º) padronização das ferramentas – com o fim de harmonizar os métodos de execução e uniformizar o modo de fazer dos operários;
3º) seleção dos treinamentos dos trabalhadores – com base nas aptidões e na idéia de que cada pessoa deve executar tarefas para as quais revele maior pendor ou inclinação;
4º) supervisão e planejamento – cuja conseqüência foi a supervisão funcional pela qual se efetivou a separação entre o planejamento e a execução;
5º) pagamento por produção – alem do salário normal e equivalente para todos, o operário que obtivesse produção acima da quantidade fixada receberia uma bonificação, proporcional ao acréscimo de produção.
Taylor elaborou os seus conceitos, convertendo-os numa filosofia que passou a ser conhecida como administração científica.

Os estudos de Taylor

Os estudos de Taylor dividem em duas fases.
A primeira fase corresponde ao lançamento do livro Shop Management (Administração de Oficinas), trata exclusivamente de técnicas de racionalização do trabalho do operário, por meio do estudo dos tempos e movimentos.
O estudo dos tempos de Taylor teve duas fases: uma analítica e a outra construtiva.
  • Analítica: cada atividade foi quebrada em tantos movimentos elementares simples quando possível; movimentos inúteis foram descartados; os mais rápidos e melhores métodos para cada movimento elementar foram selecionados por observação dos mais habilidosos trabalhadores, e os movimentos cronometrados e registrados. Para o tempo registrado foram adicionadas percentagens para permitir indesejáveis atrasos e interrupções.
  • Construtivas: elaboração de um arquivo de movimentos elementares e tempo, para ser usadas sempre que possível em outras atividades ou classe de trabalho.
Taylor disse que:
  • O objetivo de uma boa administração era pagar altos salários e ter baixos custos de produção;
  • A administração devia aplicar métodos científicos de pesquisa e experimento, a fim de formular princípios e estabelecer processos padronizados para o controle das operações de produção;
  • Os empregados tinham de ser cientificamente colocados em postos em que os materiais e condições de trabalho fossem cientificamente selecionados, para que as normas pudessem ser cumpridas;
  • Os empregados deviam ser cientificamente treinados para desenvolver aptidões e, por tanto, executar uma tarefa de modo a cumprir a produção normal;
  • A alta administração devia desenvolver uma atmosfera de cooperação para com os trabalhadores, de modo a garantir um ambiente que possibilitasse a aplicação dos outros aspectos mencionados.

A segunda fase dos estudos, ao livro Principles of Scientific monagement (Princípios da administração cientifica), e sobre a administração geral, que denominou administração cientifica, sem deixar, contudo, a preocupação com relação às tarefas dos operários.
Neste estudo, Taylor assegurava que as indústrias da época de males que poderiam ser agrupados assim:

  • Vadiagem sistemática por parte dos operários, com objetivo de evitar a redução das taxas de salários, pela gerencia;
  • Desconhecimento, pela gerencia, das rotinas de trabalho e do tempo necessário para sua realização;
  • Falta de uniformidade das técnicas e métodos de trabalho dos empregados, que realizavam as tarefas cada uma seu modo.
 Taylor considerava o operário como irresponsável, vadio e negligente, mas assim mesmo criou um sistema educativo baseado na intensificação do ritmo de trabalho, em busca da eficiência organizacional.
 O objetivo básico da administração cientifica era incrementar a produtividade do trabalhador por meio de uma analise cientifica sistemática do trabalho do empregado, atingindo “uma maneira melhor” de realizar tal trabalho, assegurando prosperidade para o empregador, conjugada com a máxima prosperidade para os trabalhadores.
O segundo aspecto foi à motivação dos empregados para trabalhar o mais rápido possível, enquanto usava a “melhor maneira” de realizar o trabalho.
Propôs o sistema de pagamento por unidade produzida, como solução do problema para motivação. Cada trabalhador, individualmente, seria pago pelo seu resultado.
Taylor desaprovava qualquer noção de conflito endêmico entre capital e trabalho. Propôs o conceito de administração funcional, a tarefa da supervisão, deveria ser subdividida entre os vários supervisores especializados, responsáveis pelo controle de diversos aspectos do trabalho.

Os princípios da administração de Taylor

Oportunidade de aplicar a disciplina, a objetividade e a racionalidade do engenheiro na solução dos problemas administrativos, reduzindo os acasos da regra do polegar, que seria o empirismo no processo de produção, e os fatores de personalidade na tomada de decisão.
A sociedade talvez não estivesse preparada para mudança em tal nível, e a atenção rapidamente se voltou para as técnicas mais facilmente implementadas de Taylor.
Taylor identificou as seguintes características da administração:

  1. Ciência em lugar do empirismo;
  2.  Harmonia em vez de discórdia;
  3.  Cooperação, não-individualismo;
  4. Máxima produção e não restrição de produção; 
  5. Desenvolvimento de cada homem para a sua máxima eficiência e prosperidade.
Taylor criou uma revolução mental, com a definição de regras para a melhoria da eficiência da produção, com resultado descreveu os quatro princípios básicos da administração cientifica:

1º) desenvolvimento de um método cientifico para o trabalho operário, o qual substituía o método da regra do polegar;
2º) estabelecimento de processo cientifico de seleção e treinamento do operário
3º) cooperação entre as gerencias e os operários
4º) divisão do trabalho dos operários em função da sua especialização

O mais importante principio de Taylor e o principio da exceção, tudo o que ocorrer na área de normalidade não deve ser objetivo de preocupação da alta administração.
Os gerentes deveriam evitar os detalhes da administração da fabrica, deixando isto para os subordinados e especialistas, preocupando-se apenas com as exceções.

Suposições da Administração Cientifica

È a pratica melhorada advirá da aplicação de métodos cientifico para análise dos problemas organizacionais.
Lyndall F. Urwick, um dos estudiosos da época de Taylor, escreveu  que é a substituição do pensamento do individuo, pensamento baseado em fatos, teorias ou opiniões referindo a organização de grupos humanos.
A administração cientifica não enfatiza a integração e a coordenação dos níveis mais altos da organização, como uma exceção, o conceito de supervisão funcional, de Taylor trata também do nível dos superiores.
Taylor procurou um alto grau de desenvolvimento dos operários e da recompensa individual através da redução da fadiga, da seleção cientifica das habilidades individuais e dos incentivos salariais.

Os seguidores de Taylor

Ocapitão Henry Metcalfe (1847-1917) necessitou de administradores para registrar eventos de produção e experimentos sistematicamente desenvolvidos, com o fim de melhorar os processos de produção.
Em 1886, Towne propôs que a administração de fabricas tivesse igual importância que a administração da engenharia. Ele deu a Taylor uma das suas primeiras reais oportunidades de aplicação dos princípios da administração cientifica na Yale & Towne em 1904. Towne também indicou Taylor para presidência da ASME, em 1906, e assim proporcionou-lhe um fórum para advogar a administração cientifica.
Vários associados ganharam grandes reconhecimentos são eles:

1º) Frank e Lilian Gilberth
Frank B. Gilberth e sua esposa Lilian Gilberth, fizeram grandes contribuições ao desenvolvimento de muitos tipos de sistemas administrativos, publicaram obras demonstrando interesses pelo esforço humano para aumentar a produtividade. Iniciou os estudos dos tempos e movimentos dos operários para a racionalização do trabalho, aplicando inicialmente os métodos de Taylor, e desenvolvendo depois suas próprias técnicas.
Seu trabalho mais importante foi o estudo da fadiga humana, visando a melhor maneira de realizar uma tarefa e aumentar a eficiência do operário.
Considerando que a fadiga era a redutora da eficiência, causando:
  • Queda da produtividade;
  •  Queda da qualidade;
  • Aumento da rotatividade de pessoal;
  • Aumento de doenças; 
  •  Aumento de acidentes;
  • Diminuição da capacidade de esforço;
  • Perda de tempo.
Gilberth propôs alguns princípios relativos à economia de movimentos, agrupados em 03 modos:

a) relativos ao uso do corpo humano;
b) relativos ao arranjo do local de trabalho;
c) relativos ao desempenho dos equipamentos e ferramentas.

2º) Henry L. Gantt
Henry L. Gantt trabalhou com Taylor e para ele por muitos anos, de 1880 a 1901, Gantt se tornou engenheiro consultor, tornando disponível a sua versão de administração cientifica às companhias clientes, fez contribuições originais, como o sistema de pagamento de incentivo “tarefas bônus” onde o funcionário ganhava bônus quando alcançasse um padrão.
Ele dizia ser importantes que os hábitos das indústrias fossem bons e estabelecidos inicialmente por boas praticas administrativas.

 3º)  Carl Barth
Carl G Barth, foi o mais ortodoxo dos participantes, foi recrutado da sua posição como professor de matemática, ele se juntou a Taylor e sua solução para os problemas foi uma combinação de régua de calculo logarítmica e um conjunto de tabelas de formulas que permitiriam a resolução instantânea de qualquer problema de alimentação e velocidade da maquina.

4º) Hanrrington Emerson
Hanrrington Emerson, foi outro contemporâneo de Taylor, mas com diferente direção, ele trabalhou sem contato com outros pioneiros da administração cientifica, enfatizando a grande produtividade das organizações corretas.
Ele listou doze princípios da eficiência os quais são:
  1.  Ideais claramente definidos (objetivos)
  2. Senso comum (bom senso)
  3. Orientação competente
  4. Disciplina 
  5. Tratamento justo
  6. Registros confiáveis e imediatos
  7. Prontidão rapidez (nas rotinas)
  8. Padrões e programações
  9. Condições padronizadas
  10. Operações padronizadas
  11. Instruções escritas das pratica-padrão
  12. Recompensas pela eficiência
Ele desenvolveu os primeiros trabalhos sobre seleção e teinamento dos empregados.

5º) Morris Cooke 
Morris L. Cooke merece reconhecimento pela aplicação dos princípios e técnica da administração cientifica nos campos do governo e educação.
Ele fez algumas advertências às administrações das universidades, como por exemplo, mais ênfase na qualidade de ensino superior.

A Administração de Ford

Henry Ford (1863-1947), nascido no Estado de Michigan (EUA), representa a contribuição da indústria para a formação da teoria clássica da administração. Ford era um empresário com visão pratica que buscava a cristalização do conceito da eficiência no mais amplo sentido, numa fabrica de automóveis.
A empresa dividi-se em dois níveis distintos: planejamento( elaboram os métodos e o próprio trabalho) e execução (os operários só efetuam o trabalho que lhes e levado as mãos). Assim pode se dizer que o trabalho que dirige a empresa.
No sistema de Ford o operário adaptava seus movimentos a velocidade da esteira rolante, sendo naturalmente conduzido à ritmização involuntária, de acordo com o nível de produção. Preocupou com a economia de material e o tempo, este tempo foi determinado cientificamente para a execução de uma tarefa pela equipe, de modo que os operários tinham liberdade para executar o trabalho de forma que melhor conviesse (Ford).
Ford manda adaptar movimentos tão comodamente quanto possível ao ritmo da produção, às aptidões e a vontade. Ele procurou suprir o tempo perdido pela matéria-prima, com o trabalho continuo.
O que caracterizou Ford foi ter utilizado todas estas contribuições e posturas, com objetivo de tornar sua empresa eficiente.

Os Princípios de Ford

O modelo administrativo se caracterizou pelo trabalho dividido, repetido, continuo, baseando se principalmente nos princípios da produtividade, da intensificação e da economicidade.

Princípios da produtividade: recomenda o Maximo da produção dentro do período determinado.
Princípios da Intensificação: aumentar a velocidade rotatória do capital circulante, visando pouca imobilização do mesmo, e grande rapidez na sua recuperação.
Princípios da economicidade: reduzir ao mínimo o volume de matéria-prima em curso de transformação.

A política de Ford se alicerçou na produção em massa, em serie e em cadeia contínua; no pagamento de altos salários e na fixação de preços mínimos para os bens produzidos.
Uma das razões principais do sucesso de Ford foi a atenção dispensada ao pessoal de alta competência; ele se cercou de técnicos de elevada capacidade em todas as atividades necessárias ao êxito da fabrica.
Para Ford a administração, sobretudo através do planejamento, precede ao homem: Quem dirige é o trabalho, não e o homem. A questão é conservar todas as coisas em movimento, de todo que o trabalho vá ter ao homem e não o homem ao trabalho.

Apreciação Crítica da Administração Cientifica

Robert Hoxie concluiu que a administração cientifica lidava somente com os aspectos mecânicos desconsiderando os aspectos humanos da produção.
Hoxie reconheceu que o tayolismo oferecia a gerencia meios de alcançar eficiência na produção, tornando viável menores custos e aumento da produção, tornando viável menores custos e aumento da produção, sem implicar esforços extras dos trabalhadores, ou maior carga horária ou condições inferiores de trabalho. Acreditou também que havia criado possibilidades de beneficio reais e substanciais para o trabalho e para a sociedade.
Houve duas criticas do sistema de Taylor:

Mecanização – que desestimula a iniciativa pessoal do operário, tornando-o parte da maquina, não considerando seus aspectos psicológicos
Esgotamento físico – resultado freqüente da ânsia do operário em realizar mais do que o previsto, para aumentar o seu pagamento.
Uma das criticas mais contundentes as propostas de Taylor foi estabelecida ao afirmar que ele não expos suas idéias claramente, foi pouco sistemático e passou de um assunto a outro sem transição lógica.


Vídeo - Diferença entre as teorias de Taylor e Fayol

Escolhemos esse vídeo pois ele mostra como as teorias já eram utilizadas antigamente e como são ainda utilizadas nos dias de hoje.




Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=WQWrItnxHAQ

Comparação entre Fayol e Taylor

Escolhemos a figura baixo pois mostra claramente a diferença entre as duas teorias, com esse esquema podemos comparar e observar que as duas são usadas até os dias atuais.
Fonte: Livro Teoria Geral da Administração de Idalberto Chiavenato

Capítulo 4 - Influência do tema estudado nas organizações atuais


Podemos perceber as teorias de Taylor e Fayol nos dia atuais, basta observar no mercado capitalista que a principal função é produzir e lucrar. A idéia da alienação também muito discutida atualmente, pois todo o trabalho, execução e produção são dependentes de uma boa organização. E para que se alcance o sucesso estas tarefas devem ser comandadas pelos superiores, mais tornando o funcionário alienado, causa insatisfações podendo ate desestruturar uma organização.
Um importante fato é a permanente busca pela eficiência, pois é uma das bases da produtividade máxima que garante a sobrevivência das empresas no mercado.